|  | Tripé:
o meu melhor amigo fotográficoMau grado
as promessas formidáveis dos arautos da fotografia digital, os melhores
ajudantes para melhorar a qualidade das minhas fotografias são dois amigos
constantes, modestos, versáteis ... e analógicos: o tripé
e o monopé. Nesta nota, proponho ao leitor uma viagem ao
passado, até ao tempo dos tripés e das fotografias pensadas antes
de disparar. Começo por uma descrição objectiva dos equipamentos;
depois, faço a apologia dos tripés e termino com uma comparação
com os seus putativos substitutos, os estabilizadores de imagem. No final,
incluo referências para outros artigos sobre este tema. | | - Tripés,
monopés e Cia
- Como
escolher
- Características
- Constantes
- Modestos
- Versáteis
- E
os estabilizadores de imagem ?
- Conclusões
|  | NotaEncontram-se
entre parênteses os termos técnicos e medidas ingleses correspondentes
aos termos que usei, porque o idioma mais comum nos textos sobre fotografia é
o inglês. Espero assim facilitar a comparação com os
textos e manuais em inglês bem como clarificar os conceitos que refiro quando
a tradução portuguesa não é consensual. | - Tripés,
monopés e Cia
- Como
escolher
- Características
- Constantes
- Modestos
- Versáteis
- Estabilizadores
de imagem
- Conclusões
| 1.
Tripés, monopés e CiaA função
principal dos tripés, monopés e "companhia" é garantir
a estabilidade das máquinas fotográficas, sobretudo nas fotografias
de exposição lenta, evitando as vibrações e os movimentos
involuntários. Os tripés têm três pés :-)
enquanto os monopés têm só um pé. Alguns monopés
são dotados de um ou dois apoios laterais que ajudam a estabilizá-los. A
altura da maioria dos tripés e monopés varia entre os 100cm (40in)
e os 180cm (71in), quando abertos. Deste modo, apoiam a máquina fotográfica
desde o chão até à altura em que uma pessoa opera confortavelmente
a máquina fotográfica. Os pés de tripés e monopés
são extensíveis com secções telescópicas -
na maioria dos casos têm três secções. Os tripés
têm ainda uma coluna central elevatória com uma cremalheira. |  | | Além
dos tripés convencionais, há modelos de mini-tripés, tripés
para montar em cima de uma mesa (na foto), grampos para
prender a um tampo de mesa (ver foto). Quando se usam
mini-tripés, há alguns limites ao peso a aplicar, pois se o centro
de gravidade da máquina - ou do conjunto máquina/objectiva no caso
das objectivas intermutáveis - for excêntrico face à área
de apoio do tripé, este pode cair. O florescimento das máquinas
digitais, tipicamente menores e mais leves do que as analógicas, contribuiu
para atenuar este problema. |  | | Por
outro lado, os mini-tripés têm a vantagem de serem leves e ocuparem
pouco espaço. Os materiais destes tripés podem ser mais frágeis
do que os dos tripés maiores; não é o caso do tripé
ilustrado, que tem o corpo em aço. |  | | Os
grampos podem ser usados numa mesa ou num tubo. O exemplo ilustrado pode ainda
ser usado como tripé de mesa pois esconde no seu interior duas hastes de
metal que são aparafusadas à base para que, em conjunto com o parafuso
da rosca do grampo, formem um tripé equilibrado. |  |
- Tripés,
monopés e Cia
- Como escolher
- Características
- Constantes
- Modestos
- Versáteis
- Estabilizadores
de imagem
- Conclusões
| 2.
Como escolher Esta nota sobre tripés é filha de um debate
(thread) passado em 2000 no fórum do foto@pt (http://www.fotopt.net),
hoje indisponível. Neste debate, destaco a colaboração esclarecida
do Sérgio Azenha. Reproduzo aqui o início do debate, que se
mantém actual cinco anos depois, só a moeda está desactualizada
pois à data ainda não se usava o Euro: (A.B.): "Gostaria
que alguém me aconselhasse um tripé razoável, suficiente
para a maior parte das situações mas relativamente barato (até
uns 15 contos [cerca 75 EUR ou USD 90]) porque não posso gastar muito dinheiro
neste momento." (Sérgio Azenha): "Vou ultrapassar
um pouco o teu orçamento, mas acho que valerá a pena porque um bom
tripé é uma coisa que te pode servir durante anos, enquanto que
um mau tripé (um pouco mais barato) só servirá até
conseguires arranjar dinheiro para o substituir. Ou seja, mais vale gastares logo
um pouco mais e obter algo que te servirá durante muito tempo! Sendo
assim, recomendo o kit tripé Manfrotto 190B + cabeça Manfrotto 141RC.
Este kit pode ser comprado [...] por um pouco mais de 30 contos [cerca 150 EUR
ou USD 180] cá em Portugal. Eu próprio tenho um 190 e duas cabeças
(141RC e 308RC) e estou satisfeitíssimo! :)" (João
Gomes Mota) - Resposta a A.B.: "Não sei para que fim queres o tripé
e sem isso é difícil fazer sugestões. Passo a exemplificar:
- para andares por montes e vales fotografando pequenas plantas ou animais
ou tirando fotografias ao lusco-fusco, esquece a sugestão do Sérgio:
o tripé pesa 1.7 Kg e as cabeças pesam 1.0 Kg e 0.56 Kg, respectivamente.
-
para fotografias nocturnas na cidade onde as distâncias são curtas
e há um transporte por perto (ou um porta-bagagens) então talvez
a sugestão do Sérgio seja aceitável.
- para trabalho
de estúdio ou semelhante, a sugestão do Sérgio parece-me
perfeita.
Como passeio por montes e vales a pé e de bicicleta,
o peso é crucial para mim. Também gosto fazer fotografias do interior
de monumentos. O que eu uso: - um tripé ordinário
de foto/video da Kalimar (na foto). Pesa 1Kg e acho
que é o limite psicológico para carregar em todas as saídas.
Tenho amigos que já acham demais. Custou-me 7 ou 8 contos [35 EUR a 40
EUR, USD 42 a USD 48].
- um tripé pequenino (altura máxima
50cm) para usar em igrejas, museus, ruínas, [..] Custou-me 3 contos [15
EUR ou USD 18].
- um grampo de mesa da Hama (na foto).
Anda sempre no meu saco, é leve mas dificilmente se usa com um tele-zoom.
Serve para o mesmo que o anterior na ausência dele. Custou-me 5 contos [25
EUR ou USD 30].
- Um monopé Manfrotto quando os temas impedem o uso
de um tripé, por exemplo na fotografia de pequenas aves."
| | | Tal
como a pergunta "Qual a máquina que
devo escolher" não tem uma resposta única, a escolha de
um tripé depende da resposta a várias perguntas: - Para
que fim deseja o tripé?
- Como vai transportar o tripé?
- Quanto
peso está disposto a carregar?
- Qual o orçamento
disponível?
Convido o leitor a analisar as características
relevantes dos tripés, monopés e companhia e estou certo que no
fim será capaz de responder facilmente às três primeiras. | |
- Tripés,
monopés e Cia
- Como
escolher
- Características
- Constantes
- Modestos
- Versáteis
- Estabilizadores
de imagem
- Conclusões
| 3.
CaracterísticasAs três principais características
dos tripés (e monopés) são a altura, o peso
e a cabeça. Há outros aspectos relevantes mas que não
devem ser determinantes para o fotógrafo amador. AlturaA
característica mais importante de um tripé (e de um monopé)
é a sua altura: ela determina as aplicações que se podem
dar ao tripé. A altura do tripé é medida com os pés
completamente abertos. A maioria dos tripés têm um conjunto de três
ligações horizontais na base da coluna elevatória central
(ver foto) para aumentar a rigidez do conjunto quando
os pés estão abertos. Quando a máquina fotográfica
é pouco pesada, o tripé pode ser usado sem ter os pés completamente
abertos, o que permite ganhar alguns centímetros de altura se o tripé
tiver uma altura insuficiente. Contudo, o leitor deve estar ciente que esta é
uma solução de recurso em que há perda de estabilidade do
conjunto e que um gesto desajeitado ou um pontapé acidental pode deitar
tudo ao chão. | | | Acima
da junção dos três pés, existe uma coluna elevatória,
normalmente controlada por uma manivela que actua sobre uma cremalheira (à
direita, na foto ao lado). Para travar a coluna
numa altura escolhida, usa-se um parafuso (à esquerda na foto
ao lado). Quando se usa a manivela para elevar ou baixar a máquina,
deve destravar-se a coluna, folgando o parafuso. A altura do tripé
define-se quando esta coluna está na altura máxima, mas a utilização
do tripé nestas condições pode acarretar alguma vibração
e instabilidade sobretudo nas máquinas mais pesadas e/ou com objectivas
longas. Nestas condições, procure minimizar a altura da coluna elevatória
ou, em alternativa, use um disparador remoto ou um retardador (self-timer). |  |
| Um
tripé com menos de 50cm (20in) destina-se à fotografia de pequenos
objectos no solo ou então para ser usado em cima de outro suporte - uma
mesa por exemplo. Um tripé com cerca de 100cm (40in) é um
compromisso entre os mais pequenos e os normais e usa-se em viagem quando o peso
é a variável crítica (ver a seguir). Um tripé
com mais de 130 cm (51in) permite a um adulto fotografar confortavelmente de pé.
Os tripés raramente excedem os 180cm (71in) e os monopés raramente
excedem os 150cm (59in). | | | PesoNa
minha opinião, o peso é a segunda variável na escolha de
um tripé, embora o Sérgio Azenha (citado acima)
tenha bons argumentos para privilegiar a montagem da cabeça. Para
quem trabalha em estúdio, o peso é insignificante. Para quem anda
com o tripé na rua, o peso é preponderante na decisão de
levar o tripé ou deixá-lo em casa. Se pensarmos que uma máquina
reflex pesa pelo menos 0,5kg (1.1lbs), uma ou duas objectivas pesam mais 1kg (2.2lbs)
e o saco ou mochila com acessórios pesa pelo menos 1kg (2.2lbs), a perspectiva
de aumentar 1kg (2.2lbs), ou mais, por causa do tripé, pode ser desanimadora.
É por isso que eu prefiro os tripés leves com cabeça
integrada, embora de fraca qualidade; também os monopés são
muito úteis nos passeios pela natureza pois servem de cajado (apoio) e
pesam menos às costas. | | | CabeçaA
cabeça é um dos pontos importantes na escolha do tripé e,
frequentemente, é o mais negligenciado pelos amadores. Consoante as aplicações,
pode ser mais importante do que o peso. Nos tripés de qualidade,
a cabeça é um elemento destacado do corpo, sendo possível
adaptar diversas cabeças ao mesmo corpo. A junção é
feita por um parafuso, normalmente de secção superior à do
parafuso que une a máquina à cabeça do tripé. Nas
duas imagens do lado, mostra-se uma cabeça Manfrotto (234RC) que tem apenas
um eixo de rotação (em elevação, tilt) e que
se destina a ser usada com um monopé ou um outro suporte orientável
no plano horizontal. Na primeira imagem da cabeça,
destaca-se, à esquerda, a alavanca de abertura rápida, protegida
por um travão de segurança cor de latão. À direita
vê-se o parafuso que permite apertar ou folgar a junta rotativa. Na
segunda imagem, é visível o suporte que
se prende à máquina fotográfica e que usa uma base de cortiça
para melhorar o aperto com a máquina. O parafuso é de 1/4 de polegada
(1/4in), o diâmetro mais comum de rosca nas câmaras fotográficas. O
sistema de ligação e separação rápida (quick
lock, quick release lever) é constuituído pela alavanca cinzenta
e a mola de cor de latão. Basta actuar a alavanca para separar instantaneamente
a máquina do tripé. Um sistema deste tipo é muito importante
para alternar rapidamente entre as fotografias apoiadas em tripé e as fotografias
apoiadas nas mãos. | 
 | | Nos
tripés mais simples (ver foto), as cabeças
estão integradas na coluna elevatória. Têm um ou dois parafusos
de orientação: elevação (tilt) e rolamento
(roll), e são livres de rodar em azimute (pan). Neste
caso, a cabeça está associada a uma alavanca que permite bascular
a cabeça à distância com suavidade. Esta função
é mais útil no uso de câmaras de vídeo. O ângulo
de rolamento permite montar a câmara com enquadramento vertical. |  | | Alguns
tripés incluem níveis de bolha de ar para alinhar a cabeça
com os eixos. Por vezes (como neste caso) os níveis são lineares
e aplicam-se apenas a um eixo. Noutros casos, o nível é circular,
permitindo alinhar dois eixos. Há tripés com níveis
separados para os pés e para a cabeça. Esta solução
é mais frequente quando a cabeça é uma peça autónoma. Se
o tripé do leitor não tiver nível de bolha de ar e a sua
máquina tiver uma sapata de flash padrão, pode comprar um nível
de bolha de ar adaptável à sapata de flash. |  | | Há
algumas máquinas fotográficas - principalmente digitais - que disponibilizam
uma grelha para que o fotógrafo possa alinhar a imagem. Esta segunda
alternativa tem a vantagem de ajudar os amadores a compor a imagem segundo a regra
dos terços. |  | | O
grampo da imagem à direita tem uma cabeça de rótula que lhe
permite rodar a máquina em todas as direcções; a cabeça
tem um orifício específico (visível na foto)
para fixar o eixo do tripé na horizontal. Tem ainda um parafuso
para fixar o ângulo da cabeça. Não tem uma alavanca de separação
rápida (quick release lever). As cabeças dos monopés
são mais simples e, frequentemente, não têm sequer um mecanismo
de ligação e separação rápida. Noutros casos,
têm uma rosca que permite montar uma cabeça mais complexa. Ao optar
por uma solução de monopé com cabeça, pondere se o
peso total não é excessivo e se ainda é confortável
usar o monopé como apoio. Nos tripés mais sofisticados é
por vezes possível montar a coluna central em posição horizontal
ou invertida. A montagem na horizontal é particularmente adequada
à reprodução de documentos, enquanto a montagem em coluna
invertida pode ser útil para fotografar temas pequenos próximo do
solo (cogumelos, rochas, etc.). Se tiver necessidades especiais procure
um tripé e/ou uma cabeça com o máximo de versatilidade. |  | | Mecânica:
materiais, juntas, fechos e pésHá um aspecto importante
- e com grande impacto no custo - que falta abordar: o material do tripé. Na
maioria dos casos é um metal: ferro (aço) ou alumínio. O
primeiro é mais pesado, oferece mais resistência mas é susceptível
à corrosão. O segundo é mais leve, menos resistente e é
pouco susceptível à corrosão. Há ainda tripés
de ligas de carbono que oferecem mais resistência do que o aço e
menos peso do que o alumínio. São, todavia, ainda muito caras para
a maioria dos fotógrafos amadores. Um outro aspecto importante na
escolha de um tripé (ou monopé) é a sua mecânica: as
juntas que unem as peças, os fechos que fixam as secções
telescópicas e as terminações dos pés. Àcerca
das juntas, procure ver se são firmes e se há parafusos e porcas
em metal que garantam resistência. Nos fechos, prefira os de alavanca
(ver foto) aos de rosca, os quais são mais lentos
e em que não é claro se o fecho está firme. |  | | Há
três tipos básicos de terminações de pés: - em
espigão metálico, que são os mais adequados para usar em
terra, areia e rocha,
- em apoio plano de borracha ou plástico, os
melhores para usar em interiores pois garantem horizontalidade e não riscam
o chão e
- em apoio redondo de plástico ou borracha que são
pouco susceptíveis de deslizamento e que se adaptam a várias superfícies.
Estes
últimos podem ser combinados com uma terminação em espigão
metálico com rosca: quando se está em chão regular usa-se
o apoio redondo, em chão irregular, o apoio redondo enrosca-se para cima
revelando o espigão metálico (ver fotos).
Há
monopés que têm uma terminação horizontal mais larga
basculante de modo a torná-los mais estáveis. Esta solução
não equivale a um tripé mas contribui para aumentar a estabilidade.
| 
 |
- Tripés,
monopés e Cia
- Como
escolher
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- Constantes
- Modestos
- Versáteis
- Estabilizadores
de imagem
- Conclusões
| 4.
ConstantesOs tripés são companheiros constantes dos fotógrafos:
não se gastam, não precisam de pilhas, não se tornam rapidamente
obsoletos, são compatíveis com os mais variados tipos de máquina,
adaptam-se às mais diversas condições meteorológicas
e climatéricas e melhoram a qualidade da maioria das aplicações
fotográficas. O maior obstáculo ao seu uso frequente é
o desconforto e carga que impõem ao fotógrafo. O leitor pode minimizar
este efeito, seguindo diversas estratégias: - Comprar um tripé
com um saco que permita transportá-lo confortavelmente a tiracolo,
- Comprar
um saco ou uma mochila com presilhas ou compartimentos próprios para tripés.
Neste
caso, certifique-se que o tripé se adapta ao saco ou mochila. - Comprar
mais do que um tripé, cabeça ou monopé para ter uma acessório
adaptado às diversas necessidades.
Os tripés são
acessórios de longa duração que requerem escassos cuidados.
Ainda assim o utilizador pode prolongar a vida útil do seu tripé
seguindo algumas boas práticas: - Saco protector
- Se possível
adquira um saco para o seu tripé. Se tiver uma alça, pode servir
para transportar a tiracolo.
Em uso, o fardo do tripé é mais
suportável;fora de uso, o tripé fica mais protegido. - Lubrificação
das juntas
- Normalmente, os tripés não precisam de lubrificação.
Mas se o seu tripé passa longos meses sem uso, pode precisar de um pouco
de óleo fino nas juntas ou na coluna central. Por vezes, um pano humedecido
com água e sabão é suficiente.
Em qualquer caso, preste
atenção às indicações do fabricantes. - Longe
da humidade
- Sendo acessórios metálicos, os tripés
não gostam de humidade. Por isso, limpe-os e enxugue-os com cuidado depois
de os expôr à chuva e, em especial, à água do mar.
Preste atenção à lama que se pode acumular nas terminações
dos pés; as terminações com rosca merecem uma atenção
redobrada.
O tripé é um acessório
pouco discreto por natureza: o seu tamanho, o tempo que demora a armar e a desamar
e o espaço livre que requer à sua volta podem dificultar a vida
ao fotógrafo que deseja ser discreto. O primeiro risco que o amador
corre é o de passar por profissional, mas esse risco parece-me risível 1 .
Para os riscos mais sérios, há medidas mitigadoras: Tamanho- Quando
possível, use um mini-tripé ou um grampo associados a outro suporte.
- Use
um substituto de tripé (ver abaixo)
- Penso
que não vale a pena investir em mini-tripés que crescem muito: têm
demasiadas juntas, são lentos de montar e pouco estáveis.
Tempo
de armar e desarmar- Prefira tripés com cabeça de ligação
e separação rápida e com fechos de juntas de alavanca.
- Se
possível use um monopé; utilize-o como cajado (apoio) e assim, no
momento da foto, só terá de montar a máquina no topo do monopé.
Não
use a máquina fotográfica presa ao monopé, se o usar
o como apoio enquanto caminha. As vibrações resultantes do impacto
do monopé no chão podem danificar a mecânica da máquina. - Se
os seus acompanhantes se impacientarem com o uso do tripé, alterne saídas
com e sem tripé ou use um monopé para não os exasperar.
Notoriedade
e espaço livre- Quando possível, use um mini-tripé
ou um grampo associados a outro suporte.
- Posicione-se encostado a paredes
ou outros obstáculos, pois junto a estes há menos transeuntes.
- Peça
a um acompanhante que se posicione como obstáculo entre si e o tema enquanto
monta o tripé. Se necessário, o acompanhante sairá do enquadramento
no instante da foto.
- Se deseja fotografar um espectáculo público,
chegue cedo e coloque-se numa posição privilegiada, traga um banco
para se sentar confortavelmente e permaneça sossegado de modo a que os
espectadores à sua volta sintam que o fotógrafo faz parte do cenário 2 .
- Escolha
um tripé escuro. Os tripés claros são mais visíveis,
sobretudo sob sol forte ou iluminação de candeeiros.
- Os
tripés com partes brilhantes/reflectoras são desaconselhados em
fotografia de animais em ambiente natural. Prefira os acabamentos mate.
| |
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monopés e Cia
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- Conclusões
| 5.
ModestosOs tripés são acessórios modestos de fotografia,
a não ser que o leitor exija os topos de gama que são um pouco mais
leves nas mochilas mas muito mais pesados na carteira. Embora a compra de
um tripé seja um investimento modesto em relação aos demais
acessórios fotográficos, penso que o leitor deve ponderá-la
cuidadosamente até encontrar um tripé adequado às suas necessidades,
caso contrário o tripé ficará em casa, dando uma má
reputação ao acessório. Para facilitar a escolha, indico
abaixo algumas marcas de tripés e monopés com informações
relevantes na Internet. As marcas estão indicadas por ordem alfabética: - Cullman
- Tripés
alemães relativamente acessíveis, foram pioneiros nas cabeças
de ligação e separação rápida.
- Gitzo
- Tripés
de muito boa qualidade em diversos materiais, incluindo fibra de carbono e fibra
de basalto.
- Hama
- Fabricante
de acessórios para fotografia incluindo tripés. A linha de mini-tripés
e grampos é especialmente interessante.
- Kalimar Video
- Marca
de acessórios para video com tripés adequados para amadores com
máquinas até cerca de 2kg (4.5lbs) de peso. São baratos e
oferecem uma relação qualidade-preço aceitável.
- Manfrotto
- Um
dos grandes fabricantes europeus de tripés de qualidade. A gama é
muito diversificada e os preços também.
Tenha atenção
que nas marcas melhores, o preço do tripé pode não incluir
a cabeça que é uma peça adquirida à parte. | |
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| 6.
VersáteisO deslocamento vertical é o movimento que arruina
mais fotografias: ao concentrar-se na cena, o fotógrafo relaxa os músculos
e a câmara desce imperceptivelmente. Se a objectiva for longa e pesada,
além da translação, há uma rotação para
baixo (tilt) por aplicação de um momento angular que tem
o corpo da máquina como fulcro. Por conseguinte, estes são os movimentos
que mais devem preocupar o fotógrafo. Apoiar a câmara no
eixo vertical é a função mais básica de qualquer tripé,
por mais precário que seja. Adicionalmente, os tripés e monopés
permitem alinhar as fotografias com uma determinada direcção - tipicamente,
horizontal ou vertical. Permitem capturar uma sequência de fotografias ao
longo de um movimento angular. Deste modo podem construir-se panorâmicas
por colagem de fotografias. Os tripés são ainda usados para
capturar uma sequência de fotografias sempre na mesma posição
a intervalos regulares para registar as alterações de uma cena. Finalmente,
tripés ou outros dispositivos similares podem ser usados para apoiar uma
câmara numa posição em que seria desconfortável ou
perigoso ter um operador: junto à toca de um animal selvagem, sob a asa
de um avião, fotografando uma flor a abrir, etc. Mesmo quando não
se tem um tripé, é possível improvisá-lo ou, mais
exactamente, criar um dispositivo de fixação que permita realizar
as funções básicas de um tripé: - Saco de
feijões (beanbag)
- Esta solução veio da América
e foi popularizada pelos amantes da natureza que faziam longas viagens pelos parques
naturais: como levavam sempre feijões para comer, usavam o saco de feijões
como apoio, com a vantagem que podem ajeitá-lo e moldá-lo de modo
colocar a câmara no ângulo pretendido.
Esta solução
é especialmente indicada quando se pretende pôr a câmara junto
ao solo e/ou camuflar o fotógrafo. Naturalmente, um saco de feijões
realiza bem a função, mas se o leitor não pretender comer
feijão, pode usar um casaco grosso, uma manta enrolada ou um saco cama,
ajeitá-lo com alguns paus e pedras e aí tem o seu tripé. É
uma óptima solução para exposições longas (> 1s)
ou para quando é necessário esperar horas pelo instante decisivo. - Alça
para janela de automóvel
- Há muitos animais que têm
mais medo das pessoas a pé do que das pessoas dentro de um carro (é
injusto para os ecologistas mais esforçados, mas é verdade). Por
isso, o carro pode ser um bom refúgio de observação.
Como
a maioria dos carros têm pegas por cima das janelas onde os passageiros
se podem segurar, também é possível usar uma alça
presa a essas pegas, para suspender a máquina fotográfica com a
janela entreaberta. Esta aplicação destina-se sobretudo às
longas e pesadas teleobjectivas que precisam de estabilidade para captarem fotos
nítidas. É uma óptima solução para exposições
curtas (< 1/10s) durante o dia. - Joelho
- Por vezes, esquecemo-nos
do tripé; Por vezes, é proibido usá-lo 1
, 3 . Nesses casos, pode-se improvisar
um tripé no joelho, com o pé bem assente no chão, pois os
ossos da perna são mais rijos e estáveis do que os braços
e os músculos da perna são mais fortes do que os dos braços.
Com
as máquinas analógicas, era necessário alguma ginástica
para conseguir enquadrar a foto, mas na era das máquinas digitais com écran,
esta tarefa está facilitada, sobretudo naquelas que têm os écrans
rotativos. Esta solução funciona aceitavelmente para exposições
curtas (< 1/10s) e médias (entre 1/10s e 1s).
| |
- Tripés,
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de imagem
- Conclusões
| 7.
E os estabilizadores de imagem ?
Os tripés e monopés já
tinham pouca popularidade junto dos fotógrafos amadores quando surgiram
as objectivas com estabilização de imagem (image stabilizer,
anti-shake ou vibration reduction) destinadas aos profissionais.
Curiosamente, estes permaneceram fiéis aos seus tripés e monopés
embora agradeçam a versatilidade acrescida destas objectivas.
Com o advento
das máquinas digitais, os estabilizadores de imagem vulgarizaram-se. Na
maioria dos casos, já não são incluídas nas objectivas:
fazem parte do próprio corpo da máquina e estão associadas
ao sensor. A princípio, estes dispositivos estavam reservados às
máquinas para amadores avançados (prosumer cameras) e profissionais
mas, progressivamente foram alastrando até às máquinas amadoras
com zoom longo que custam cerca de EUR 500 (USD 600) em 2005. O desempenho
destes sistemas é variável, mas todos melhoram a gama de utilização
das lentes em pelo menos "1 a 3 stops", isto é permitem multiplicar
por 1,4 (1 stop) a 2,8 (3 stops) o tempo de exposição máximo
que ainda garante uma imagem nítida. Na prática, isto permite usar
o zoom com metade ou um terço da luz, para o mesmo nível de sensibilidade
ISO. Eu estou razoavelmente satisfeito com o estabilizador da minha Konica
Minolta Z5 que permite usar o longo zoom - equivalente a 35-420mm no formato de
filme 135, também chamado 35mm - na fotografia de temas com pouco movimento. Em
temas rápidos - por exemplo, a fotografia de aves em voo -, a combinação
do auto-foco com o estabilizador de imagem é insuficiente para oferecer
uma nitidez média suficiente: algumas fotos ficam boas, a maioria fica
pouco nítida. Nestes casos, a melhor solução é reduzir
o zoom do máximo 420mm (12x) para 280mm (8x). Para lá do
limite dos três stops, até as máquinas com estabilizador de
imagem ficam dependentes do apoio de um tripé ou monopé. | |
- Tripés,
monopés e Cia
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- Conclusões
| 8.
ConclusõesUm dia, um leitor escreveu-me contristado com a fraca
qualidade das suas fotografias de interior e das fotografias exteriores tiradas
com pouca luz. Ele queixava-se da máquina e pensava comprar uma máquina
com ligação para um flash externo, dado que os flashes incluídos
nas máquinas lhe pareciam insuficientes. Trocando impressões,
procurei persuadi-lo a comprar um tripé em vez de trocar de máquina.
Por um lado gastaria menos dinheiro no tripé, por outro, ser-lhe-ia difícil
obter resultados satisfatórios por muito dinheiro que gastasse na nova
máquina, à qual deveria acrescentar a despesa do flash... Da
minha experiência fotográfica concluí que os tripés,
monopés e companhia são indispensáveis em alguns tipos de
fotografia, são úteis em muitos tipos de fotografia e são
inconvenientes em raras ocasiões. Fazendo o saldo de vantagens e desvantagens,
creio que são o investimento com melhor relação benefício/custo
que um fotógrafo pode fazer, a seguir à máquina fotográfica.
Se os leitores que lerem esta nota chegarem à mesma conclusão,
valeu a pena escrevê-la. Abril de 2004 a Agosto de 2005 Referências- How
to choose a tripod
- Artigo da revista Popoular Photography sobre este
tema. É mais sintético, mas cobre o essencial.
Em inglês. - Traveling
Steady with Your SLR
- Artigo de Herbert Keppler de Setembro de 2001
na mesma publicação sobre a escolha de tripés de viagem.
É uma abordagem orientada para um produto específico mas as preocupações
e o caderno de encargos são comuns.
Em inglês.
Notas1
Já fui impedido de usar o tripé ou o monopé dentro de monumentos.
Aparentemente, só os profissionais usam tripés e esses carecem de
autorização para fotografar com fins comerciais. 2
Para fotografar o espectáculo do Acquamatrix da EXPO'98,
cheguei com três horas de antecedência e sentei-me encostado à
vedação ou em cima de um muro da Doca dos Olivais, com o tripé
para lá da vedação. Trouxera um livro me entreter enquanto
esperava. Levei muitos encontrões durante o espectáculo mas ninguém
se pôs à frente da máquina fotográfica. 3
Numa ocasião, tive dificuldades em passar o controlo dos aeroportos com
um monopé metálico. Disseram-me para não pôr o monopé
na bagagem do porão, para que não levantasse suspeitas e depois
não me queriam deixar embarcar com ele na cabine. Acabou por ficar confiado
a um dos tripulantes e foi-me devolvido à chegada. | |
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João Gomes Mota | | |